terça-feira, 22 de junho de 2010

Não sei se eu estou fazendo alguma coisa errada, mas quando eu escrevo uma coisa no Word eu não consigo importar para cá usando o bom e velho Ctrl+C e Ctrl+V.

Estou pensando em mudar para o WordPress. O Blogger me parece muito diário virtual de adolescente, o WordPress dá um ar mais pomposo para o blog.

Se eu for mudar eu avisarei vocês, meus fiéis 7 seguidores e você que lê meu blog às vezes. ;)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Uma homenagem ao Serra

Eu não sou muito fã de paródias. Acho que ficam ridículas e a maioria são desnecessárias.
Mas outro dia eu estava quase dormindo e lembrei de um clipe que passava na Cultura, do Dr. Abobrinha do Castelo Rá - Tim - Bum. A música era interpretada pelo saudoso Gérson de Abreu.
Ao rever o clipe, a letra de uma paródia para o candidato à presidência veio inteira em minha mente.
Então, superei minha vergonha e coloquei aqui.
Lá vai:

Abra o vídeo e acompanhe com a nova letra


Dr. Abobrinha (É, o título pode ser o mesmo)

Desde que eu era pequenininho
Eu tenho um sonho bom ou mau
É derrubar este governo chato
E me eleger presidente no lugar

Mas tem um probleminha grande
Ninguém vai me apoiar, será?
A convencer o eleitorado
A dar a presidência para mim

Eu já me disfarcei de esquerda
De Lulista e até sorri
Faço qualquer negócio, eu juro
Mas essa eleição eu tenho que ganhar

Sabe com quem você está falando?
Eu sou José Pedágio Serra
Eu não desisto assim fácil, não
Sei que o Presidente um dia será Eu

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Apunhado Futebolístico

Desde que criei meu blog comecei com a mania de fazer pequenos esboços de futuros posts em um bloco de papel. Resultado: Estou com várias folhas escritas e rabiscadas e pouca coisa aqui.
Hoje vou tentar tirar o atraso e tentar fazer um aglomerado disso tudo, os assuntos não tem muita ligação um com o outro, mas vou tentar encaixar. Você pode ler o subtítulo e ler apenas aquilo que te interessar, não se sinta obrigado a ler tudo. Eu tenho preguiça de ler posts grandes em blog, eu te entendo.

Dunga, o mestre zangado.

Meu deus! Que batido! Fazer piada do nome do técnico da seleção brasileira com os demais anões da Branca de Neve, mas é irresistível.

Na 3ª feira eu cheguei do inglês e, empolgado, liguei o televisor na ESPN Brasil. Não tinha esperanças de que o “amado mestre” chamasse Ganso ou Neymar, mas achava que Doni e Kléberson estariam de fora.

Não levar Adriano é coerente e mostra inteligência do Dunga. Levar Grafite no lugar dele, tudo
bem, é um jogador com características parecidas com o não convocado. Não levar os garotos santistas mostra a teimosia do treinador, a coerência burra dele e principalmente o egoísmo de Dunga. Ele pensa exclusivamente na Copa 2010, não está ligando para 2014 e com a chance de preparar futuras estrelas. Isso o diferencia de treinadores como Parreira, que levou o então jovem e magrelo Ronaldo em 94, por exemplo.

Mas as asneiras de Dunga só começaram na convocação. Durante a entrevista coletiva o treinador demonstrou que vê a imprensa como inimiga (Vamos lembrar que ele apanhou barbaridade da mídia nas Copas de 90, 98 e quando assumiu o comando técnico da seleção). Ele também deu aula de história, moral e cívica e demonstrou um patriotismo exacerbado. E falou a pérola que não sabe se a escravidão e a ditadura foram ruins porque não viveu.

Dunga pode ser campeão do mundo, já li que se não for ele deixará Barbosa no chinelo. Mas ele tem que aprender algumas coisas:

Primeiro, o time dele não são heróis nacionais. Os brasileiros não são obrigados a torcer pela seleção brasileira e se não torcer não serão menos brasileiros ou menos patriotas por causa disso. A seleção brasileira é uma empresa, cheia de interesses (como o próprio falou: “né, Milton?”) e na qual o interesse da nação (no caso a convocação dos meninos da Vila) é o que menos importa.

Segundo, a imprensa não precisa de Dunga. Dunga precisa da imprensa. Daqui dois meses, com hexa ou sem hexa ele deve deixar o comando da seleção. Há especulações de que ele dirija algum time europeu. Os jornalistas esportivos brasileiros estarão cagando e andando para ele. Futuramente ele pode querer abrir o “Instituto Dunga de Futebol”, daí ele vai querer cobertura da imprensa, vai ser super simpático na coletiva e vai responder até as perguntas de Cícero Melo.

Terceiro, Dunga precisa aprender o conceito básico de História: “Conhecer o passado, para entender o presente” (Pelo menos minha professora de 5ª série falava isso e eu acredito nisso até hoje). Como filho de professora de história ele deveria saber que ao tomar conhecimento de um fato é normal você formar uma opinião a respeito do assunto. Ainda mais em casos tão extremos como a ditadura e a escravidão. E Dunga sabe o tamanho da merda que falou, ele só queria enrolar na resposta pra diminuir o número de perguntas para responder.

Os meninos da Vila e o Saci Pererê

Meu pai gosta pouco de futebol, nunca foi de assistir aos jogos. Santista, passou pela decepção de ver o filho tornar-se são-paulino. Não foi culpa minha, na minha infância o Santos não ganhava nada. Se o time de Giovani tivesse sido campeão brasileiro em 95 talvez eu voltasse a ser santista.

Enfim, lembro do meu pai interessado por poucos jogos do Santos. Esse de 95, alguns da era de Robinho e Diego e só. Agora, com os novos meninos da Vila ele voltou a gostar de futebol. 4ª feira ele vê aos jogos do Santos pela Copa do Brasil, sabe o nome dos jogadores e comenta o desempenho da equipe. É espantoso.

Os meninos da Vila jogam um futebol alegre e vistoso. Jogam desta maneira porque gostam de jogar futebol, porque é assim que sabem fazer e porque se divertem com aquilo. Fazem as coreografias ao comemorar os gols, tiram sarro da cara dos adversários nas entrevistas após as partidas e estão sempre sorrindo. Geram paixões como uma boy band, mas também geram raiva. Há quem diga que eles passam dos limites e são desrespeitosos.

Tais atitudes e repercussão me fazem associar os meninos da Vila ao personagem folclórico do Saci Pererê. Para alguns o comportamento dele é maléfico, demoníaco. Para outros apenas um menino travesso. Apesar das opiniões contrárias, acho que a imagem que predomina do Saci é do menino brincalhão. Ele não dá nó nos rabos dos cavalos por maldade, mas porque aquilo o diverte.

É isso que acontece com os Meninos da Vila. Neymar não deu chapéu no Chicão do Corinthians para humilhá-lo, fez porque era divertido, para tirar um sarro. Após o título Paulista ele e Robinho não gritaram: “Luxemburgo, pode esperar, a sua hora vai chegar” para provocar o técnico do Atlético Mineiro, para enervar o professor. Foi molecagem, coisa de menino travesso. Tá certo que Robinho já passou um pouco da idade, mas toda essa alegria só faz bem para o futebol.

A entrevista de Neymar

No dia 26 de abril Neymar concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal O Estado de São Paulo. Ele disse que gosta de comprar roupas Calvin Klein e Nike, que quer uma Ferrari e um Porshe na garagem e que uma mulher, sendo linda, é o suficiente. Também disse que nunca sofreu racismo porque não é preto e que alisa e pinta os cabelos de loiro. Aos 18 anos não tirou título de eleitor, não sabe quem são os candidatos à presidência e não tem opinião formada sobre Lula. Muita gente caiu matando em cima dele. Realmente, mostrou um jovem com uma cabeça vazia. Fútil, voltado à aparência e ao material.

Às vezes eu olho o Neymar e me vêm à cabeça aqueles clipes de Rappers americanos. O rapaz bem vestido, em cima de um carrão, com um medalhão de ouro no pescoço, cercado por belas mulheres bundudas se esfregando nele. Talvez seja nisso mesmo que Neymar se espelhe, talvez seja isso mesmo que ele queira.

Não o acho tão diferente da maioria dos meninos de 18 anos. Grande parte está pouco se lixando pra quem vai ser presidente, vão seguir o voto dos pais. E a classe social não influencia, tem muito boyzinho que também não faz ideia de quem é Dilma, Serra e Marina.

Neymar aos 18 anos pensa em coisas que o dinheiro e a fama podem comprar. Ele é, junto com PH Ganso e Dunga, o brasileiro mais comentado dos últimos meses. Ganha uma mesada de 5 mil reais por mês. Tem um monte de mulher (marias-chuteiras e as que acham ele bonitinho) aos pés dele. Viu seu nome envolvido em um complô midiático para levá-lo para a Copa do Mundo.
Sempre foi e sempre vai ser muito complicado administrar a combinação juventude + fama + dinheiro + sexo fácil. A tendência é a pessoa ficar mascarada, é a pessoa ficar fútil, é a pessoa ficar perdidinha. Mas com uns bons puxões de orelha de pais, empresário (daqueles que quer o bem do jogador e não só faturar em cima, será que existe?) e treinadores competentes não resolvam. No mais, não vamos esquecer que Neymar é um garoto. Um garoto mimado por méritos próprios.

A última sobre eles.

Após a vitória contra o Grêmio e a classificação para a final da Copa do Brasil, os jogadores do Santos aproveitaram o momento para desabafar. Uma fita contendo provocações de um locutor gaúcho foi o motivo de tanto alarde. Quase todos jogadores comentaram tal gravação, sobrou pro técnico gremista Silas e até pro presidente do Grêmio. Após a conquista do campeonato paulista, os “meninos da Vila” preferiram comemorar provocando o técnico Wanderley Luxemburgo, que ficou bravo com a brincadeira.

Nos dois momentos de maior “glória” do Santos até o momento na temporada os jogadores preferem compartilhar com os adversários do que com aqueles que deram apoio. A ala evangélica fervorosa do Santos não dedica a Deus, prefere desabafar e provocar os rivais. Para que dedicar a vitória aos pais, ao treinador, aos amigos? É melhor gerar mais intriga, mais inimizade e criar mais antipatia em torno deles.

Não duvido nada que se o Santos for campeão da Copa do Brasil, e deve ser, PH Ganso e Neymar dediquem o título ao Dunga, técnico da seleção brasileira. Vale lembrar que as finais ocorrerão só após a Copa do Mundo, quando provavelmente Dunga não será mais técnico do Brasil e portanto os meninos da Vila não terão medo de se queimar.

Vale à pena alguém chegar pra eles e dar um toque. Brincadeiras, provocações e zombarias fazem parte do futebol, mas ao ganhar um título ou uma vaga numa final de um campeonato importante, é mais legal comemorar com os seus.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Um grande homem para grandes mulheres

texto publicado originalmente no site Grandes Mulheres

Ao ler o título deste texto você deve ter pensado: “Nossa! Que pessoa pretensiosa! Acabou de chegar e já se entitula um grande homem”. Em termos de caráter só me conhecendo para saber (talvez nem assim). Mas em tamanho, sem dúvida alguma eu sou um grande homem.

Meço 1,84 e peso mais de 125 quilos. Não sei o peso exatamente porque, como todo homem, não ligo para a balança. Confesso que às vezes fujo dela. Desde que me conheço por gente tenho problemas com aquela coisa quadrada que ficava no banheiro dos meus pais.

Descobri que era gordo aos cinco anos de idade. Acho que engordei devido às bolachas recheadas e o chocolate que eu tanto adorava. Lembro que a psicóloga da escola em que eu estudava chegou a perguntar o motivo do meu ganho de peso. Não sei a resposta até hoje.

Sempre fui sedentário, vivi até meus oito anos e meio na capital paulista. Brincava dentro de casa, sozinho na maioria das vezes. Não corria, não jogava bola, não empinava pipa. Assistia televisão, jogava vídeo-game, brincava com meus bonequinhos do Batman e meus carrinhos.

A primeira vez que vi a obesidade como algo negativo (antes eu era o gordinho lindo e bochechudo) foi na 1ª série. Na maldita Educação Física, tormento de todos os gordinhos. O Tio Wilson, o professor (que também poderia ser chamado de torturador), começou a pesar e medir os alunos. Eu era o 2º mais alto e o 2º mais pesado dentre os moleques de sete anos. O “educador” via na balança o peso do indivíduozinho e falava alto para alguém anotar, todos os outros indivíduozinhos também ouviam. Ainda me lembro do momento de subir na balança, ouvi a voz do Tio Wilson pronunciar meu peso e as vozes dos molequinhos ecoando um: “Nooooosa”.

Ainda em São Paulo eu sofria com bullyig.O menino, também gordinho, que era bom em futebol (agora é apresentador, ator e guitarrista), corria atrás de mim junto aos seus “capangas”. Eu me escondia atrás da trave do gol. Claro que ele me achava!

Quando me mudei pra Amparo-SP fui me acostumando com meu peso. Demorou um pouco para me adaptar na nova cidade, mas em menos de um ano eu já me sentia querido pelos coleguinhas da escola. Apesar de ser um tremendo perna-de-pau eu sempre era um dos primeiros a ser escolhido, porque eu era legal.

A obesidade me incomodou novamente na 7ª série. Enquanto os outros meninos já estavam saindo e beijando eu me escondia dentro de casa e inventava histórias de namoradas de outras cidades. Acho que cheguei a desenvolver uma “Fobia Social”. Saía de casa e achava que todos me apontavam na rua, que riam de mim. Paranoia.

A mudança ocorreu aos meus 15 anos. A minha primeira grande paixão. Daquelas de tirar a fome. E tirou. Resultado: Emagreci cerca de 30 quilos. Comecei a ir à academia (fui por três meses). Ia para baladas para fotografar as pessoas para aqueles sites de baladas. Fiz 16 anos, 17 anos. Consegui conquistar a menina que eu gostava (outra, não aquela que me tirou a fome). Levei um pé na bunda. Não passei no vestibular. Fui fazer cursinho e durante o ano de estudo eu voltei a engordar. Depois na faculdade fui engordando cada vez mais. Chega a ser engraçado pegar minhas fotos de 1º ano de faculdade e comparar com a do último.

Quando tinha 12 anos fui a um SPA com meus pais. Aos 22 passei 10 dias recluso em outro. Perdi 8 quilos e uma semana e meia. E entre desencanar de emagrecer e sentir o peso (no corpo e na consciência) aqui estou.

Escreverei para você, homem gordo, (sim, somos gordos e não fortes ou fofos) que sofreu e sofre as mesmas coisas que eu. Escreverei para você, homem magro, que adora fazer piadas e rir daquele seu amigo que está acima do peso. E escreverei para você, mulher, que precisa enxergar, que no peito de um homem gordo bate com mais dificuldade (bombear sangue para um corpo obeso não é fácil) um coração.



quarta-feira, 5 de maio de 2010

Memórias fute-políticas

Política e futebol são assuntos que andam de mãos dadas. Principalmente para mim, que comecei a ter noção de ambos no mesmo ano. 1994, o Brasil ganhava a Copa do Mundo, a primeira que eu tinha noção do que era uma Copa do Mundo, e FHC era o primeiro presidente que eu via ser eleito. Tá certo, eu tinha visto a eleição de Collor, mas tinha só 2 anos.



A primeira eleição de que me lembro foi em 1992, pra prefeito de São Paulo, eu torcia para o Fábio Feldman, candidato do PSDB, ganhar por causa do jingle: “Fábio Feldman, o prefeito que você sonhou”. Não me culpem! Eu tinha 5 anos de idade. Também lembro de brigar com um amiguinho porque a mãe dele votaria no Maluf.



Na época eu era Santista, mas via o São Paulo ser campeão mundial, apesar de não gostar muito de futebol. Meu pai e meu tio eram santistas também e havia um outro tio corintiano. Lembro dele assistindo à um jogo do Timão em casa, torcendo pelo seu time, e eu enfurecido. Acho que aí me transformei anti-corinthiano.



Em 1993 comecei a gostar mais de futebol. Aquele meu amiguinho, da mãe malufista, era São Paulino roxo. Lembro dele segurando um pôster do SPFC bicampeão da Libertadores. Eu comecei a assistir aos jogos e a delirar com as defesas do Zetti. E depois do bicampeonato mundial, aos 6 anos de idade, liguei para todos meus amiguinhos e parentes para falar: “Virei São-Paulino!”. Quem ficou mais frustrado foi meu tio, queria que o sobrinho gostasse de futebol, mas queria que ele fosse santista. Mas logo se acostumou com a ideia e me deu uma flâmula do tricolor.



1994, ano de Copa e de eleições. Durante a Copa colecionava todas matérias de jornais e revistas. Tinha um álbum da Folha com o Zé Carioca vestindo os uniformes das seleções participantes. Assisti à maioria dos jogos. Os do Brasil eram sempre pelo SBT, por causa do amarelinho, é claro! “Lê! Lê Lê ô! Lê Lê ô! Lê Lê ô! Lê Lê ô! Braaaasil!”



Nas eleições eu era fã número um do “Francisco Rossi pra governador”, fazia campanha em casa para ele. Gostava do FHC, queria “Serra, Serra, Senador” e Erundina no Senado também. Acho que eu também gostava do Tuma. Acalmem-se, meus “votos” nunca refletiram os votos dos meus pais (E com exceção da Erundina, não refletem meus votos atualmente porque comecei a pensar), eu sempre fui do contra e eu tinha 7 anos.



No dia das eleições a Folha publicou uma réplica da cédula eleitoral. Eu recortei e fiz meu voto. Fui com meu pai até a sala de votação, mas minha decepção foi imensa na hora que ele falou pra eu esperar do lado de fora. Tinha certeza que criança deveria votar. Fiquei super feliz com a ida do Francisco Rossi para o 2º turno e quase chorei com o último programa eleitoral dele.



Em 1996, já em Amparo, eu fazia pesquisa eleitoral na escola. “Em quem sua mãe vai votar?” Manipulava o resultado contra o candidato que eu não gostava. Colecionava santinhos e recortava as notícias de política do jornal “A Tribuna”. Criei minha cidade , “Meu Quarto City”, e fui eleito prefeito em 1º turno. Confesso que até hoje ainda penso na vida política de “Meu Quarto City”, apesar de não me candidatar mais. Meus pais ainda votavam em São Paulo, não haviam transferido o título, e eu queria muito conhecer a urna eletrônica, apertar o botãozinho “confirma”.



Em 98 meus “votos” foram iguais aos de 94. Mas veio minha 1ª decepção política: Francisco Rossi apoiou Maluf no 2º turno. Virei fã número um do Covas depois do debate no qual ele falou que o Maluf comprava a tinta de cabelo na Farmácia do Povo. Enquanto isso, o Brasil perdia a Copa do Mundo. E eu ia virando adolescente. Nas eleições municipais de 2000 eu votaria em todos candidatos do PT: em Amparo, em Campinas e em São Paulo. Os três foram eleitos. Enquanto isso, o São Paulo perdia a final da Copa do Brasil para o Cruzeiro com um gol no último minuto, perdendo a chance de voltar para a Libertadores, e eu caia no choro.



Em 2002 a rebeldia adolescente me levou a virar “militante virtual” do PSTU. “Fora ALCA!”, “Fora FMI”, “Contra burguês vote 16”, “Zé Maria presidente” tomavam conta do meu about do ICQ. No 2º turno fui conquistado por Lula. Ridicularizei Regina Duarte e me contive pra não sair às ruas comemorar a vitória do ex-operário que chegava ao poder. E o Brasil voltava a ser campeão do Mundo.



Chegou 2004. Finalmente iria votar! Tirei o título de eleitor, e aos 17 anos de idade votei pra prefeito e vereador. Enquanto isso, o São Paulo voltava a disputar a Libertadores, depois de 10 anos. Foi cair nas semi-finais, jogo medíocre contra o Once Caldas. Quase chorei novamente por causa de futebol.



No ano de 2006, já na faculdade, votei pela 1ª vez para presidente. Adivinhem, Alckimin ou Lula? Votei em Plínio de Arruda para governador. Suplicy Senador. Ivan Valente Federal e 50 Estadual.



Bom, agora vocês conhecem um pouco de mim, sabem para quem eu torço, para quem eu já votei e para quem eu votaria. Se o jornalismo imparcial é quase impossível, porque o jornalista é um ser humano e como todo ser humano tem suas opiniões e suas impressões sobre o mundo, pelo menos tem que haver sinceridade.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Globo e o Serra

Não há ano mais oportuno para criar blog sobre política e futebol do que um ano com Copa do Mundo e Eleições. Tenho grande paixão por tais assuntos, mas em breve posto um texto apresentando o blog e me apresentando.

Quero estreiar este blog falando sobre um fato que aconteceu e agitou a internet no começo da semana.


O ocorrido:


No dia 19 de abril, segunda-feira, Dia do Índio, a Rede Globo de televisão resolveu tirar do ar a vinheta de comemoração dos 45 anos da emissora, que começara a ir ao ar no dia anterior. Em tal propaganda artistas e jornalistas da casa falavam que "A gente quer mais" e aofinal, a logomarca da Globo ficava ao lado do número 45. Nada mais normal, afinal, a emissora comemorava 45 anos.

Enquanto isso, Marcelo Branco, coordenador de internet da campanha de Dilma Roussef, começava a alertar via Twitter uma semelhança entre o slogan Global e o slogan do tucano José Serra "O Brasil pode mais". Militantes petistas e simpatizantes da candidata do PT aderiram ao movimento e começaram a acusar a Globo de usar mensagem subliminar na propaganda.

Clique aqui para ver a vinheta de 45 anos da Rede Globo



Teoria da Conspiração e o Histórico Global


Pode ter sido exagero Petista, afinal, se a Globo faz 45 anos tem todo o direito de usar o número 45 ao final da vinheta de aniversário, até seria estranho se não usasse. O slogan "A gente quer mais" é até um lugar comum, frase recorrente em músicas e poemas. Mas, sabendo do histórico da Rede Globo, não é uma "viagem absurda" pensar em manipulação e mensagem subliminar.

É de conhecimento de todos que:





Assista também o documentário da BBC "Muito além do Cidadão Kane" Parte 1 -2 -3 - 4


A semelhança entre os slogans e a possibilidade de mensagem subliminar:


É inegável a semelhança entre o slogan Global "A gente quer mais" e o de Serra: "O Brasil quer mais".

A vinheta da Globo indo ao ar de abril a agosto (começo da campanha), falando diariamente para o telespectador (também eleitorado), que o "a gente (também o Brasil) quer mais" ia deixar o eleitor familiarizado com o slogan de Serra "O Brasil pode mais".

Além disso, se "A gente quer mais", nada mais natural que a gente vote naquele que nos oferece "poder mais".

Serra começaria a campanha eleitoral com 4 meses de antecedência.


A logomarca de aniversário:


Eu admito que não tinha visto a vinheta antes da repercussão e admito também que se tivesse visto não acharia mensagem subliminar no texto da propaganda. Mas, ao final, quando aparecesse a logomarca e o número 45 eu ficaria com o pé atrás.

Procurando no Youtube (sim, uma pesquisa amadora), não encontrei nenhuma vinheta de "Globo 35 anos" com o número 35 ao lado. Naquela ocasião, a Rede Globo preferiu festejar os 500 anos do Brasil.

Já, nos aniversários de 40, 30, 25 anos e 20, a Rede Globo usava os números brincando com a sua logomarca. O número 45 sólido, ao lado da logomarca quebrou uma tradição de pelo menos 25 anos.

Outro detalhe, a Globo sempre utiliza de fontes arredondadas, e para o 45 a fonte era magrinha, assim como a usada pelo PSDB.




Todas imagens foram retiradas do Youtube.


A desculpa da Globo e minha opinião




A Globo tirou do ar a polêmica vinheta e divulgou uma nota na qual dizia não pretender dar pretexto para ser acusada de tedenciosa. Disse também que quando idealizou a campanha ainda não havia candidatos, muito menos slogans e que uma campanha deste tamanho precisa de tempo para ser realizada.

Sim, pode até ser que o slogan "a gente quer mais" tenha vindo antes do slogan "O Brasil pode mais". Mas, quando tomou-se conhecimento do slogan serrista era dever dos diretores da Globo suspender a veiculação da vinheta de aniversário e planejar uma nova campanha.

Agora que o Pedro Bial não precisa fazer textos semanais para o Big Brother, poderia muito bem fazer um poema para a nova vinheta Global.

Pode tudo não ter passado de uma infeliz coincidência, mas está claro o posicionamento da mídia, em geral, na eleição deste ano.

Em uma eleição que está em clima Fla X Flu, todo cuidado é pouco. Cuidado que a Rede Globo não teve. Ou será que é um cuidado excessivo, semelhante ao que teve em 89? Cabe a nós vigiar.